domingo, 16 de outubro de 2011

A HISTÓRIA DO ROCK IN ROLL

ROCK - Treze de julho dia mundial do gênero musical com mais de 50 anos e que ainda guarda o vigor e a rebeldia de um adolescente.
O ritmo, que nasceu com os negros americanos, é filho direto do blues do Mississipi. Esse som eletrizante, proibido para as mocinhas brancas, era tachado pela conservadora sociedade americana dos anos 50 como coisa do diabo e que devia, a todo custo, ser evitado.
Nos primórdios, Fats Domino, já em 1949, vendia mais de 1 milhão de cópias do primeiro single The Fat Man, Chucky Berry alucinava as platéias com seus solos de guitarra e Little Richard era o responsável por sucessos como Tutti Frutti e Long Tall Sally. Mas esse era apenas o começo. Lá pela metade dos anos 50, na onda das vibrações que vinham do gueto negro, aparece um garoto com voz potente, uma dança desconcertante e sexy, que, para espanto geral, era branco: Elvis Presley. Nascia o primeiro pop star do planeta, o rei do rock. Com Elvis, o rock chegou com todo vigor ao público branco. Já não tinha mais volta. A semente da rebeldia estava ali, e uma música poderosa, capaz de mudar comportamentos e influenciar gerações, também. Os jovens, agora, sabiam como se expressar.
Rebeldia
Nos anos 60, o mundo entrava de vez na sociedade de consumo. A televisão ditava modas, e a guerra fria era a grande paranóia. Garotos imberbes percebiam que a música era o grande sonho libertário. Eles queriam mudar o mundo, mas, em vez de armas, eles pegavam em guitarras.
Em 61, na Califórnia, os Beach Boys faziam o maior sucesso com uma surf music que tinha um pé no doo woop (aquele estilo de grupos vocais, que usavam terninhos, estalavam os dedos e eram muito afinados). Brian Wilson, o gênio por trás do grupo, estava decidido a fazer um disco inteiro conceitual, e não apenas uma colagem de singles, como era costume na época. Então, fizeram Pet Sounds, um dos mais lindos álbuns da história do rock.
Também nos Estados Unidos, Bob Dylan fazia um cruzamento entre o folk e o rock. Nas letras, engajamento político e poesia.
Do outro lado do Atlântico, na primeira metade da década, vinha a chamada invasão britânica, que tomou conta das paradas americanas. Grupos que, influenciados pela música negra americana, agora compunham as próprias canções, com refrão fácil, letras elaboradas e que agradavam em cheio ao público jovem, alvo da indústria fonográfica pós-Elvis. Daí, vieram The Kinks, Animals, The Who, The Faces, Rolling Stones e Beatles.
Os rapazes de Liverpool chegaram para sacudir o mundo, estabelecer de vez a cultura pop e fazer da música uma verdadeira revolução. Jovens e bonitos, logo caíram no gosto das mocinhas.
Nessa época, outra banda iria estabelecer novos padrões para o rock. Agora, com uma atitude mais rebelde e agressiva e com um som mais pesado, com raízes no blues: os Rolling Stones. Numa jogada de marketing, a trupe de Mick Jagger era o oposto dos Beatles: nada de terninhos e sorrisos para a platéia, os Stones eram durões e encarnavam a rebeldia que se espera de uma banda de rock.
.Os jovens continuavam procurando novos sons e formas de expressar seus anseios. Em 65, surge, na Califórnia o The Doors,

liderado pelo gênio alucinado de Jim Morrison. Nessa época, as drogas eram comuns no rock, e Morrison foi um voraz consumidor, que acabou morrendo de overdose, aos 27 anos, em Paris. Outro americano que também foi fundo nas drogas e morreu de overdose, aos 27 anos, foi o gênio da guitarra Jimi Hendrix.


Em meados da década, o movimento hippie estava a todo vapor, pregando paz, amor e sexo livre. Além de Jimi Hendrix, Janis Joplin era outro ícone desses jovens de cabelos grandes, batas e que usavam as drogas para expandir a mente. O maior evento dessa geração foi o Festival de Woodstock, que, em 69, reuniu milhares de jovens numa fazenda para três dias de música. É em Woodstock que Crosby, Still, Nash and Young toca para mais de 400 mil pessoas. Era a estréia de Neil Young no grupo, o bardo canadense, que já estava na estrada com o seu folk desde o começo da década.

Mas, em Nova Iorque, no final dos anos 60, a história era outra. Um movimento artístico reunia atores, poetas, artistas plásticos e músicos, muitos deles gravitando em torno de Andy Warhol. E foi na Factory que surgiu uma das bandas que mais influenciaram o rock nos anos seguintes: o Velvet Underground. A banda conseguia juntar a poesia crua de Lou Reed, que falava de drogas, travestis e prostitutas, com arranjos experimentais e de vanguarda de Jonh Cale. Tudo isso, na voz melancólica da modelo européia Nico.

Atemporal e eterno – II
ROCK Anos 70 trouxeram psicodelia, glamour e punk rock. Os 80, um som gótico, dark, com melancolia no ar.
A década de 70 estourou alguns movimentos que já estavam em prática nos anos 60. Um deles foi o chamado rock progressivo, que tinha composições de até 15 minutos, muitas vezes se aproximando da música erudita. Os músicos eram virtuoses, e o som, viajante. A banda mais famosa dessa época foi a Pink Floyd, que, no começo, tinha como letrista e guitarrista o insano Syd Barret, que logo foi afastado por causa das drogas. O Pink Floyd ficou famoso com álbuns como The Dark Side of The Moon e The Wall. Numa onda mais progressiva e menos pop, estavam bandas como King Crimson, Gênesis, Emerson Lake and Palmer, Yes e Love.
Com um estilo completamente diferente, no qual tocar não era o mais importante e sim a atitude e a energia que se colocavam na música, estavam os Stoogues de Iggy Pop, que já traziam a semente do punk. Iggy Pop era o anti-herói do rock: franzino e mal-encarado. Xingava a platéia e cortava-se todo no palco, ficando coberto de sangue. As drogas estavam lá, claro. E pesadas. A banda formou-se em 67, em Michigan, e só gravou três álbuns.
Outra vertente do rock dos anos 70 foi o chamado heavy metal ou sua quase alma gêmea: o hard rock. Aqui, roupas de couro pretas, cheias de tachinhas, cabelos compridos e guitarristas metidos a semideuses. Muitas bandas exploravam o tema do satanismo, o que arregimentava uma legião de fãs adolescentes. Foi daí que surgiram o Black Sabbath, de Ozzy Osbourne, Judas Priest, Scorpions, Iron Maiden, Kiss, Alice Cooper, AC/DC e muitos outros. O Led Zeppelin também trafegava nessa praia, com um pouco mais de poesia, o que traria uma das boas parcerias do rock: Robert Plant e Jimmy Page.
De outro lado, surgia um rock glamuroso em que a androginia era parte do visual, que carregava na maquiagem e nas roupas espalhafatosas de plumas e lamês. Era o glam rock ou glitter (purpurina). Aqui, aparece o camaleão do rock: David Bowie, que, em 72, lançava o personagem Ziggy Stardust e virava uma lenda da música pop. Dessa leva glam, também vem o excêntrico Roxy Music, de Brian Ferry e Brian Eno; o T-Rex, de Marc Bolan, e os alucinados rapazes do New York Dolls, que se vestiam de mulher e tocavam como loucos. Fizeram a fama, com outros artistas (Patti Smith, Television, Richard Hell), do santuário do punk de Nova Iorque: O CBGB. Dali, também, saiu a turma dos Ramones, que pode ser considerada a primeira banda punk da história e fazia um som pesado e rápido, na base dos três acordes.

.Anos 80
Chegam os anos 80, ainda com aquele restinho de onda punk. Mas o gosto de ressaca estava no ar. Essa geração vinha cheia de melancolia, com uma rebeldia mais triste, sombria e solitária. Nas letras, muitas vezes niilistas, um lirismo que representava muito bem o sentimento dos jovens da época. Era o pós-punk. De Liverpool, vinha o Echo and The Bunnymen, e de Manchester, o Joy Division, com toda a tristeza do vocalista Ian Curtis, que se enforca, aos 22 anos de idade. O resto da banda formaria o New Order.
Darks e góticos também eram bem representados pelo Sister of Mercy, The Mission, The Cult e Bauhaus.
Ao contrário dos góticos, uma galera queria fazer música divertida e para dançar. Era a new wave chegando, com roupas coloridas, gel no cabelo e muita alegria, como o B’52 e o Talking Heads, de David Byrne.
Com certeza, as três bandas mais famosas nos anos 80 foram The Cure, The Smiths e U2. A Cure tinha aquele visual dark, só usava roupa preta, batons escuros, maquiagem e cabelos arrepiados. Era a rapaziada liderada por Robert Smith. The Smiths, considerada por muitos como a melhor banda dos 80, apostava no lirismo das letras de Morrissey e nas guitarras de Jonnhy Marr. Os irlandeses da U2 desde o começo traziam uma preocupação política nas letras como em Sunday Blood Sunday.

Anos 90
Na Califórnia, os rapazes do Red Hot Chilli Pepers começam a estourar em 89, com um som pesado, às vezes misturado com hip hop. Mas o grande movimento da década vinha de Seattle. Garotos que não estavam nem aí para o visual, vestiam jeans rasgado, camisas de flanela quadriculada e faziam um som alternativo, em pequenos clubes e bares da cidade. O que parecia um movimento underground isolado, em pouco tempo, vira o mainstream, quando a pequena gravadora subpop lança, em 89, o primeiro disco de uns garotos que estavam começando. O disco era Bleach, e os garotos eram o Nirvana. Em menos de dois anos, a banda liderada por Kurt Cobain sai de Seattle para o mundo e, em 91, lançam o álbum mais importante da década: Nervermind. O grunge explode e vira moda e atitude para milhões de adolescentes. O movimento ainda tinha Pearl Jam, Mudhoney, Soundgarten e Alice in Chains, todas de Seattle. Pronto, a geração de 90 já tinha o seu som garantido e também o seu ídolo: Kurt Cobain. O casamento com Courtney Love, para muitos, fazia lembrar a história de Sid Vicious and Nany Spungen. O amor era grande, e as brigas, também. As drogas tornam-se cada vez mais constantes. Seguindo o destino trágico da família (dois de seus tios se mataram), o ídolo de milhões de jovens suicida-se aos 27 anos com um tiro de espingarda. Era o fim do grunge.




ROCK IN RIO 2011

Rock in Rio 2011















Grande atração da noite, o Coldplay entregou aquilo que o público esperava: hits com músicas novas em uma apresentação repleta de lasers e fogos de artifício. Antes, também no Palco Mundo, teve Frejat, Skank e Maroon 5, que provocou histeria (feminina e gay) graças ao vocalista Adam Levine.
No Sunset, o destaque foi o show de Arnaldo Antunes e Erasmo Carlos, que trouxe releituras da Jovem Guarda e ajudou o Tremendão a dar a volta por cima no festival: as vaias que ele recebeu em 1985 repercutem até hoje. 

"Vivir sin aire", dos mexicanos do Maná, fez muito sucesso no Brasil ao ser a música-tema das personagens Clara e Rafaela, da novela "Mulheres apaixonadas", de 2003. Quando ela foi tocada neste sábado, acabou sendo a trilha sonora perfeita para embalar os casais apaixonados.


No Sunset, o destaque foi o show de Arnaldo Antunes e Erasmo Carlos, que trouxe releituras da Jovem Guarda e ajudou o Tremendão a dar a volta por cima no festival: as vaias que ele recebeu em 1985 repercutem até hoje. 


Após algumas noites com soul, pop e até mesmo axé, a última noite de Rock In Rio trouxe de volta o bom e velho rock and roll para a sua Cidade. O encerramento desta edição do festival foi marcado por um showzaço do System Of A Down, pelo atraso de Axl Rose e pela chuva torrencial que lavou a Cidade do Rock aos 45 minutos do segundo tempo. No palco Sunset, os destaques foram as apresentações de Titãs e Xutos e Pontapés e de Marcelo Camelo com The Growlers, além do emocionante encontro entre Tom Zé, Mutantes e Beto Lee. 

Os Primeiros Sinais



1948, a televisão chega primeiro em Juiz de Fora-MG

O escritor Luiz Augusto Milanesi (1978), ao tratar dos efeitos causados pela chegada do sinal de televisão a uma cidade do interior, conta que algumas pessoas continuaram a colocar suas cadeiras e bancos na calçada, como faziam para se informar e se entreter antes do acesso à programação de TV. Só que, desta vez, com as costas para a rua e os olhos voltados para o aparelho que estava no interior da casa. Acreditamos que o ato de dar as costas para o mundo que passa pela rua, dirigindo olhares e atenção para a telinha, torna-se uma metáfora para a chegada da televisão à maior parte das cidades brasileiras, como Juiz de Fora.
Pela proximidade com o Rio de Janeiro, os moradores de Juiz de Fora, desde o alvorecer do século XX, foram chamados, pelos mineiros do interior do estado, de cariocas do brejo. O fato de Juiz de Fora não querer ser mineirae se identificar mais com o espírito da cidade do Rio de Janeiro, distanciou o município da Minas barroca. Acreditamos que a identidade híbrida do
juizforano, mais que pela proximidade física, foi reforçada pela presença marcante dos canais cariocas na cidade durante as duas primeiras décadas da televisão no país.
Reforçando nossa proposta utilizamos as idéias do pesquisador Douglas Kellner (2001), para quem a cultura da mídia, sobretudo as mensagens televisivas, coloca à disposição do público, imagens e figuras com as quais os indivíduos possam identificar-se. Assim, a televisão exerceria efeitos socializantes e culturais por meio de seus modelos, papéis e “posições de sujeito” que valorizam certas formas de comportamento no lugar de outras. Por isso, é relevante o estudo sobre a cultura da mídia para a compreensão de comportamentos e valores de determinada sociedade.
A cidade mineira, que desde os anos 1930 se encantara com as imagens do município mostradas nos cine jornais locais produzidos por João Gonçalves Carriço, exibidos antecedendo as sessões de cinema na cidade, muito cedo começou a se interessar pela televisão. 
Dois anos antes da inauguração no país, o técnico em eletrônica Olavo BastosFreire, já fazia exibições públicas de imagens de televisão.
Na historiografia que temos sobre a televisão brasileira, são raras as referências às transmissões feitas, em Juiz de Fora, pelo técnico em eletrônica Olavo BastosFreire. Consideramos que a televisão na América Latina teve início a partir dessas transmissões, realizadas na década de 1940. Mesmo tendo cursado apenas o primeiro ano ginasial, esse juizforano, apaixonado por eletrônica, deu início à experimentação, utilizando esquemas para construção de um conjunto de TV (câmera-transmissor-receptor), publicados nos meses de maio, junho e julho de 1941, pela revista americana QSP, voltada para radioamadores. Segundo Freire (2001), que não era radioamador e teve acesso às revistas na oficina onde trabalhava, a montagem foi possível com a ajuda de um dicionário de inglês, já que não dominava o idioma, e ainda, graças a um kit para construção do equipamento, trazido dos Estados Unidos pelo amigo carioca, Eduardo Ferreira Rocha. O técnico destaca ainda, que o equipamento só previa a transmissão de imagens, pois para o envio do som, os radioamadores utilizariam os próprios radiotransmissores. De acordo com Freire,
as primeiras experiências foram realizadas sem som. Somente a partir de 1948, o técnico fez uma adaptação que permitiu que o som também fosse transmitido.
O equipamento, que em 1948 proporcionou a primeira demonstração pública de TV da América Latina, começou a ser construído dois anos antes. De junho a dezembro de 1946, tendo comprado o primeiro iconoscópio, Olavo construiu a câmera; de janeiro a junho de 1947, o receptor de 3 polegadas; e de julho a dezembro de 1947, o transmissor. Depois do equipamento pronto, o técnico começou suas experiênciasde transmissão de imagens.
A primeira experiência de transmissão feita em circuito aberto, cujos indícios indicam tenha sido em 1947, assim que os equipamentos ficaram prontos, foi a partir da oficina onde Freire trabalhava na Rua Marechal Deodoro, 373, em Juiz de Fora, realizada com a ajuda do amigo, Ademar Fernando Ribeiro que morava em frente.
Eu coloquei um receptor lá no fundo do quintal dele e o transmissor ficou ali... A câmera ficou na janela da minha oficina nº 373 e eu focalizando o bonde passando ali, o pessoal passando na Rua Marechal... e ele foi ver a imagem lá no fundo, né? Foi a primeira transmissão que eu fiz de televisão em circuito aberto, circuito aberto é quando a imagem é irradiada por ondas hertzianas, porque tem o circuito fechado que eu vou explicar pra você. Em circuito fechado, a câmera é ligada ao transmissor por um cabo, chamado cabo coaxial, então o sinal vai com aquele cabo... Sem o cabo eu não tenho imagem. [...] Até chamei o Ademar lá, ele viu, ele foi o primeiro a ver a transmissão à distância, uma distância pequena, 10m, 20m, até o fundo do quintal [...] Depois eu comecei a fazer experiências em distâncias cada vez maiores (FREIRE, 2001).
Deixando muitas vezes o transmissor e a câmera ligados em sua oficina na região central de Juiz de Fora, Freire ia com o receptor para lugares distantes, a fim de verificar até onde era possível captar as imagens, que segundo o técnico, só não chegava ao bairro Benfica, separado por morros e a 13 Km do centro da cidade (FREIRE, 2001).


Olavo Bastos Freire, destacado no círculo
O Gênio da Televisão

Só em 1948 acontece a primeira experiência pública, registrada pelo jornal vespertino Diário da Tarde, no mesmo dia da transmissão, em 28 de setembro: 
“Juiz de Fora, pioneira da televisão no Brasil” com o “magnífico êxito nas experiências realizadas hoje pela manhã” onde estavam presentes “altas autoridades civis e militares”
As transmissões de Olavo Bastos Freire foram realizadas entre o Clube Juiz de Fora, onde fora instalada a estação transmissora e a Casa do Rádio, na Av. Getúlio Vargas, local em que ficou o aparelho receptor” (Diário da Tarde, 28 de setembro de 1948, p.1).
O artigo do historiador José Luiz Stehling, no Diário Mercantil, publicado alguns anos depois, registrou o acontecimento:

Com o salão do Clube cheio de convidados, foi dado início à demonstração.
Foram televisionados os presentes, mas o sr. General Onofre (sic) ainda não se convencerá da realidade. 
Ao ser televisionada a Av. Rio Branco, pelo telefone, fez a seguinte pergunta para os assistentes da Casa do Rádio:
- “O que vocês estão vendo?”
Resposta: - “Um bonde parado no ponto!” –
“Qual o nome que está na taboleta?
Resposta: “Tapera...” Muito bem, disse ele, mas vamos ver o receptor."

Depois de ver no cinescópio as imagens, S. Exa. convenceu-se de que não fora ludibriado (STEHLING, 1961, p.2).
A opção pela Casa do Rádio, que possuía uma excelente estrutura técnica, foi um pedido de Freire ao proprietário, Ademar Rezende de Andrade. Segundo Stehling, “aflito, procurou o Dr. Ademar Rezende de Andrade na Casa do Rádio, pedindo-lhe a sua cooperação, para as demonstrações públicas que ia fazer em breve, antes dos técnicos franceses fazerem a deles no Rio de Janeiro” (STEHLING, 1961, p.2). A edição de 14 de agosto de 1947 do Diário da Tarde, já fazia referência ao perigo francês, que preocupava o pioneiro Freire, ao tratar da visita de um cientista europeu ao Brasil, denominado pelo jornal como pai da televisão.

Novos aparelhos foram surgindo ano a ano e os modelos com som estéreo já estavam disponíveis desde o fim dos anos 80. Depois disso, o investimento em telas com cada vez maior resolução virou a “bola da vez” e as TVs de tela plana, plasma e LCD chegaram ao mercado já no fim dos anos 90. O fato é que grandes artistas, eventos, acontecimentos e a própria história da humanidade foi transmitida e assistida pela televisão. Do preto e branco ao Full HD, a televisão não para de se reinventar e lançar tendências.